“Meditando eu vou esvaziar a mente?”
“É preciso ficar sentado em silêncio absoluto?”
“Meditação é só para quem é calmo?”
Essas são algumas das dúvidas mais comuns de quem deseja começar, mas ainda vê a meditação como algo distante ou difícil. A verdade é que meditar é um gesto de retorno ao que é mais simples: o agora.
Neste texto, vamos explorar o que é meditação, seus benefícios e como você pode praticar, mesmo que ache que “não consegue parar de pensar”.
O que é meditação, afinal?
Meditar é estar presente com o que está acontecendo, com abertura, sem julgamento e com curiosidade, a despeito da natureza dos pensamentos, sensações e emoções.
É observar os pensamentos, os sentimentos e o corpo — não para controlá-los, mas para reconhecê-los. A meditação não é uma técnica para “fugir da realidade”, mas para se aproximar dela com mais consciência e menos reatividade.
Em termos simples: meditar é observar sem se perder.
As raízes da meditação
A prática da meditação é milenar. Ela surge em diversas culturas — do hinduísmo e budismo às tradições cristãs, islâmicas, judaicas e indígenas. Apesar das diferentes abordagens, o que todas têm em comum é o cultivo da atenção interior, da escuta profunda e da presença.
Nos tempos atuais, a meditação tem sido amplamente estudada e adaptada a contextos seculares, por meio de programas como:
- MBSR (Mindfulness-Based Stress Reduction)
- MBCT (Mindfulness-Based Cognitive Therapy)
- Meditações guiadas em aplicativos, clínicas e escolas
Essas práticas são reconhecidas por seus efeitos positivos na saúde mental, emocional e física.
O que a meditação não é
- Não é esvaziar a mente
- Não é parar de pensar
- Não é controlar tudo
- Não é fugir da realidade
- Não é ficar imóvel por horas com a coluna ereta perfeita
Meditação é aceitar o que está aqui, agora — com ternura, curiosidade e presença.
O que acontece no cérebro quando meditamos?
Estudos da neurociência têm mostrado que a meditação:
- Reduz a atividade da amígdala (área ligada à reatividade emocional)
- Aumenta a espessura do córtex pré-frontal (associado à atenção e tomada de decisões)
- Fortalece as conexões neurais relacionadas à autorregulação emocional
- Diminui o volume da rede de modo padrão (default mode network), associada à ruminação mental
Isso significa que, com a prática regular, o cérebro literalmente se reorganiza para responder à vida com mais clareza, equilíbrio e presença.
Principais benefícios da meditação
- Redução da ansiedade e do estresse crônico
- Melhora na qualidade do sono
- Aumento da concentração e do foco
- Desenvolvimento da inteligência emocional
- Fortalecimento do sistema imunológico
- Alívio de dores crônicas
- Mais conexão com o corpo e os sentidos
Esses benefícios não surgem de uma vez. Eles são fruto de um processo — e o processo começa com um único instante de atenção.
Como começar a praticar meditação?
- Escolha um momento e um lugar calmo
- Pode ser de manhã, ao acordar, ou à noite, antes de dormir
- Sente-se de forma confortável, com a coluna ereta, mas relaxada
- Feche os olhos suavemente ou mantenha-os entreabertos
- Não force nada. Apenas comece a observar
- Leve a atenção à respiração
- Sinta o ar entrando e saindo pelas narinas
- Observe o movimento do abdômen ou do peito
- Quando se distrair, apenas perceba — e volte
- Sem se julgar. Isso faz parte do treino
- Comece com 3 a 5 minutos
- Com o tempo, vá aumentando para 10, 15 ou 20 minutos
Técnicas de meditação que você pode explorar
- Meditação da respiração (anapanasati): observe o fluxo da respiração
- Escaneamento corporal: percorra mentalmente o corpo, notando as sensações presentes
- Meditação guiada: siga a voz de um instrutor por meio de áudio ou vídeo
- Meditação em movimento: caminhe com atenção plena
- Meditação do som: ouça os sons ao seu redor, sem buscar controle
- Meditação com mantras: repita mentalmente uma palavra ou frase (ex: “calma”, “presença”, “eu estou aqui”)
E se eu não gostar de meditar?
Isso é mais comum do que parece. Muitas pessoas sentem desconforto, inquietação ou frustração nos primeiros dias. Mas essas sensações são parte do processo. O convite da meditação não é “sentir-se bem sempre”, mas estar com o que surge.
Se for difícil começar sozinho, experimente meditações guiadas. Se uma técnica não funcionar para você, experimente outra. A chave está na constância — não na perfeição. Lembre-se, a meditação não é o destino, é o caminho para si mesmo.
Meditação na vida real
Você não precisa estar sentado com olhos fechados para meditar. Pode levar a prática para atividades cotidianas:
- Comer com atenção
- Escovar os dentes sentindo cada movimento
- Dirigir com foco no trânsito e no corpo
- Tomar banho como se fosse a primeira vez
- Respirar profundamente antes de responder a uma mensagem difícil
Meditar é treinar a mente a estar onde o corpo já está.
Meditar é lembrar-se da sua própria presença
A meditação não precisa ser difícil, esotérica ou inatingível. Ela é um gesto simples — mas profundo — de voltar para si mesmo.
É o momento em que você sai do modo automático, observa-se e escuta o que realmente está vivo dentro de você.
E nesse espaço, muitas vezes silencioso, outras vezes turbulento, nasce o que mais buscamos: clareza, paz, acolhimento e verdade.
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